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Artigo 225, CF:

"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações"

 

Relato de um cidadão na convivência com os galos usados em rinha  

 

por Thiago Pinto Ferreira

enfermeiro (CRE: 21276-02)

 

Há meio século, ou quem sabe até mais tempo, uma nova consciência vem invadindo o mundo humano, um novo conhecimento que só se pode  chamar de transcendente espiritual.

 

Se você se descobre vivenciando esse mundo, ou seja, tornando o ambiente em que você vive um lugar melhor, harmonioso, praticando o bem, atraindo somente coisas boas pra você e sua família, parabéns.

 

Sabemos que a vida na verdade é um desdobramento espiritual, pessoal e fascinante, um desdobramento que nenhuma ciência, filosofia ou religião esclareceram completamente ainda.

 

Mas infelizmente no nosso dia-a-dia existe uma espécie que não pensa assim, o câncer da sociedade, homens que praticam atos que não consigo achar em nossa língua mãe, palavras para descrever.

 

O convívio diário que tive com essas pobres criaturas indefesas foi uma das maiores lições de vida que já tive.

 

Ao ver os galos chegando no Rancho, tive vergonha de ser homem... como alguém pode cometer tamanha covardia... mutilados, com os olhos perfurados,cegos, hematomas pelo corpo todo, deformações, tecidos necrosados, infecções generalizadas, problemas neurológicos e hepáticos, com febre, fome, estressados e assustados ...tudo isso por causa de um jogo, no qual o homem  aposta a vida daquelas pobres criaturas que lutam até a morte.

 

Um dia após a chegada dos galos no Rancho, começamos a devolver a eles o direito a vida. Começamos soltá-los aos poucos, e quando se davam conta disso,a primeira atitude que tinham  era de brigar, atacando uns aos outros ferozmente. 

 

Nossa obrigação era separá-los... e eles voltavam a brigar chegando até a nos atacar, e nós os separávamos novamente ... chegávamos ate a exaustão. Só que chegava uma hora que eles percebiam que não estavam soltos e sim livres. Eles perceberam que brigar não era mais necessário, e que tinham comida, água e espaço a vontade e que podiam sair ciscando e cortejando as galinhas sem o menor problema; era uma etapa vencida.

 

Mas ainda tinham alguns galos que precisavam ser medicados, ou não sobreviveriam. Segui rigorosamente tudo que foi prescrito por médica veterinária, e diariamente, com o tratamento, que vi como aqueles galos que davam até medo devido à sua aparência e agressividade, eram carinhosos e companheiros. Sim... carinhosos e companheiros,eles entendiam o carinho e respeito que tinha com eles e me devolviam isso do mesmo modo, assim como um cachorrinho nos lambe ou faz festa depois de um a demonstração de carinho de nossa parte.

 

E o modo como eles me olhavam (os que podiam,pois vários sob tratamento eram cegos) e deixavam eu tratar deles compensava tudo.

 

Galos descansando juntos   Arena onde as rinhas eram realizadas

 

Semanas depois  faziam até festa ao me ver, e alguns depois do tratamento e após a soltura, teimavam em voltar para o lugar que antes ficavam confinados  para serem medicados e tratados.

 

Estão lembrados do que eu disse no começo do texto, sobre uma nova consciência espiritual?

 

Pois é, nesse convívio com os galos de respeito mútuo é que se nos agirmos do mesmo modo na nossa rotina diária, compreendendo o que se passa, e como utilizar esse processo e maximizar sua ocorrência em nossas vida, a sociedade humana dará um salto quantitativo para um modo de vida inteiramente novo, um modo que realize melhor nossa tradição e criará um cultura que sempre foi a meta da história.

 

Se isso comoveu ou sensibilizou você que esta lendo, então passe a outro o que lê... pois acho que nossa consciência do espiritual esta se expandindo dessa forma... e não pela publicidade ou moda, e sim pessoalmente, o famoso boca a boca, por um tipo de contágio psicológico positivo entre as pessoas.

Tudo que nós podemos fazer, é a nossa parte ... e milagrosamente essa realidade  pode ser nossa.

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