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Sobre a ASERG
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“Fi-lo porque qui-lo” Nem
tudo que parecer ser, é!
por
Renata de Freitas Martins Jurídico Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos FI-LO PORQUE QUI-LO:
famosa frase proferida pelo “eterno candidato da vassourinha”, Jânio
Quadros, e que até hoje ainda é utilizada e repetida por muitos. Porém, esta frase que
aparentemente parece ser uma bela e exímia utilização de nosso vernáculo,
na verdade traz em seu bojo um erro gramatical crasso. Estamos diante de um notório
caso de próclise no que concerne ao verbo “querer”, já que a conjunção
subordinativa causal “porque” atrai o pronome oblíquo átono “o”,
e, portanto, o correto de se dizer seria: “fi-lo porque o quis”. Conclusão? Nem tudo que parece
ser, é! Jânio Quadros era professor de
português, portanto, quando proferiu uma frase que parecia ser diferente,
aparentemente seguindo as normas gramaticais pátrias, na verdade cometeu
um erro, e o qual acabou sendo repetido por muitos, que achavam perfeita e
corretíssima a frase. Porém, não era! Bem... os freqüentadores desta
coluna devem mais uma vez estar querendo saber onde este jurídico
conjecturante deseja chegar. E serei obrigada a repetir mais
uma vez que meu enfoque é dizer que nem tudo que parece ser, é! Sempre
que dizemos algo, escrevemos sobre determinado assunto, tomamos decisões
etc., devemos atentar para as fontes utilizadas e para o real embasamento,
pois não o fazendo, poderemos cometer gafes fatais. Falando especificamente em relação
ao Direito Ambiental e na proteção à fauna, como citei em artigo meu
escrito para a ColunaJur
deste boletim, edição 1, ano 1, ressaltemos que
trabalhamos com vidas, e qualquer descuido por desconhecimento de fatos e
de situações reais, condenaremos diversos seres à morte. Esse discurso todo por quê?
Porque na prática temos vivido situações inadmissíveis. Juiz
entregando aves provenientes do tráfico de volta para comerciante (vide
link com texto específico ao final deste texto). E na
ânsia de evitar que esse erro fosse cometido, tentou-se veementemente
mostrar-lhe a realidade, porém, em sua “inalcançabilidade” (é...
parece que muitos adotam esta como uma de suas prerrogativas
constitucionais também), preferiu ficar em seu gabinete e dizer o famoso
“fi-lo porque qui-lo”. URGENTE! O discurso é pela
democratização do Judiciário, mas a prática infelizmente ainda é
outra. Que problema há em um Juiz
conversar com uma ONG de proteção animal, depositária de centenas de
animais e com experiência de mais de 15 anos no assunto? Qual o problema
de haver intercâmbio de experiências, cada um em seu campo de atuação?
Essa seria não somente a prática da democracia, mas também a tão
galgada justiça. PELA REAL DEMOCRATIZAÇÃO E ACESSIBILIDADE DO JUDICIÁRIO JÁ! Tiremos do discurso as palavras bonitas e as coloquemos em prática, pois sabemos que aqueles que mais discursaram, por anos e anos, na prática mostram-se totalmente diferentes. Chega dos fi-lo porque qui-lo! Sentença: devolução de aves apreendidas para "dono" comerciante | ||
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