Sobre a ASERG
Artigo
225, CF:
"Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações" |
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Mídia:
o interesse para a divulgação dos direitos dos animais continua
intenso,
com
matérias de grande repercussão
Globo
Repórter – 07.08.2007
O programa Globo Repórter, exibido no dia
31 de agosto de 2007, tratou-se de um importante marco disseminador de
informações e conhecimento para seu grande público, mostrando a
realidade de animais em diversas situações de crueldade.
Importantíssimo o trecho do programa em
que se destacou o tipo de vida que um animal leva em circo,
conscientizando muita gente da realidade, e, inclusive, tendo sido um
importante instrumento de ajuda para legislações contra a presença de
animais em circo.
Finalmente, não poderíamos deixar de citar
que, foi notório o interesse do telespectador em receber mais e mais
informações sobre o assunto, tendo-se em vista que, ao final do
programa, em nossa participação no chat, recebemos muitas
perguntas, bem como após, e-mails de pessoas querendo de fato
informar-se e querendo agir! Isso comprova a grande aceitação do público
ao tema, bem como a necessidade de informações que possuem, o que, sem
dúvida alguma, dá-nos certeza que o assunto é pauta para vários
programas.
Parabéns à equipe
Nossas congratulações e agradecimentos à
competente equipe:
Direção:
Ana Helena Gomes
Reportagem:
Marcelo Canellas
Produção:
Arlete Heringer
Beatriz David de Sanson
Edição de
Imagens:
José Almeida
Imagens:
Luiz Cláudio Azevedo
Técnicos:
Adriano Moraes
Alex Fabiano
Making of e trechos o programa em trechos
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Galeria
de fotos |
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Um programa sobre gente
por Marcelo Canellas |
A
equipe estava sem fome, era cedo, bem
antes de meio-dia. Mas tínhamos de
almoçar ali mesmo, num restaurante às
margens da rodovia que liga São Paulo a
Cotia, porque nosso compromisso no
Rancho dos Gnomos, onde conheceríamos um
santuário de grandes felinos africanos,
seria por volta das 13h. O garçom não
conteve a curiosidade: "Vocês são do
Globo Repórter? E é sobre gente ou sobre
bicho?".
Meu
primeiro ímpeto foi dizer que “animais
abandonados” era o tema do nosso
programa. Mas a pergunta do garçom foi
como um sopro de lucidez entrando numa
frincha da percepção, elucidando o que
estava inteiramente oculto. Então
respondi, convicto: "É sobre gente,
amigo. É sobre a natureza humana".
À
medida que fomos filmando pássaros com
asas amputadas, leões com garras
arrancadas, chimpanzés com presas
serradas e todo tipo de seqüelas da
violência contra os animais, fui me
convencendo de que eu estava certo.
Estávamos fazendo uma reportagem sobre o
quanto as pessoas, ao odiarem uma outra
forma de vida, podem negar sua própria
humanidade. E também sobre como podem
honrá-la ao amar os animais.
No
longínquo ano de 1206, em pleno vigor do
espírito feudal que punha suseranos e
vassalos em esferas incompatíveis de
convivência, um certo Francisco de Assis
abandonou os castelos que freqüentava,
desfez-se de suas posses, despiu-se até
mesmo de suas vestes e foi viver entre
os pobres. Poeticamente, chamava o sol
de irmão e a lua de irmã. E dizia que
nada define melhor a condição humana do
que a capacidade de amar os bichos. Não
é preciso ser religioso ou acreditar em
São Francisco de Assis para saber, mesmo
801 anos depois, que o que nos torna
diferentes, o que nos torna especiais, o
que nos torna magnânimos em comparação
com as outras formas de vida, é a nossa
capacidade de amar.
Homens
e mulheres têm de sobra as ferramentas
do afeto, forjadas na cultura e na vida
em sociedade. A tolerância, a
generosidade, a idéia de que temos um
futuro comum neste planeta são
princípios universais conquistados pela
Humanidade em sua dura luta contra a
barbárie. Não gostamos da solidão, não
queremos a dor, não toleramos a
humilhação. Se somos egoístas, se
ferimos e matamos, se submetemos nossos
semelhantes ao vexame da miséria e da
pobreza, estamos em desacordo com o
esforço civilizacional da convivência.
Civilizado convive, respeita, tolera. Os
bárbaros subjugam. Tanto faz se os
subjugados são gente ou bicho.
Vimos
leões entrevados pelo confinamento,
chimpanzés esquizofrênicos e
atormentados por anos de espancamento,
araras cegas, onças mutiladas e todo
tipo de sofrimento e privações. Parece a
vitória da barbárie. Não é. Porque vimos
também extraordinários exemplos de
generosidade e dedicação. A grandeza de
saber amar e proteger seres vivos que,
como nós humanos, também sentem frio,
dor e medo, ajuda a recuperar a
humanidade que ainda há em cada um de
nós. Basta ver o que o Rancho dos Gnomos
fez com o leão Will. Abandonado por um
circo e tendo vivido a vida inteira
trancafiado, Will pôde, aos 13 anos de
idade, pisar na terra pela primeira vez.
Esfregando as patas na grama, no húmus,
na energia mineral da natureza, livre da
superfície inócua do chão da jaula, Will
nos enche de ternura, nos entope de
compaixão e, portanto, nos ajuda a
salvar um pouco da humanidade que
tínhamos perdido.
Marcelo Canellas
Repórter
Fonte:
http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,TOK0-2706-18190-5-0,00.html
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